"Pela rua deserta atravessa um bêbado comprido
e oscilante
como bambu
assobiando...
Ao longo das calçadas algumas famílias
ainda conversam
velhas passam fum nos dentes, mexericando...
Nhanhá está aborrecida com o neto que foi estudar
no Rio
e voltou de ateu
- Se é pra disaprender, não precisa mais estudar
Pasta um cavalo solto no fim escuro da rua
O rio calmo lá embaixo pisca luzes de lanchas
acordadas
Nhanhá choraminga:
- Tá perdido, diz que negro é igual com branco!"
(In: Poemas concebidos sem pecado,1937 - Manoel de Barros).
quarta-feira, 7 de julho de 2010
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Metade cheio
Por trás do teu escuro
te busco
insisto que existe
complexidade humana digna.
Às vezes me assusta
algumas pistas são falsas
e descubro
o escuro
não do profundo
mas do vazio.
Ai que frio.
te busco
insisto que existe
complexidade humana digna.
Às vezes me assusta
algumas pistas são falsas
e descubro
o escuro
não do profundo
mas do vazio.
Ai que frio.
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