Cultura
Arnaldo Antunes
O Globo: 26/07/2009
O girino é o peixinho do sapo.
O silêncio é o começo do papo.
O bigode é a antena do gato.
O cavalo é o pasto do carrapato.
O cabrito é o cordeiro da cabra.
O pescoço é a barriga da cobra.
O leitão é um porquinho mais novo.
A galinha é um pouquinho do ovo.
O desejo é o começo do corpo.
Engordar é tarefa do porco.
A cegonha é a girafa do ganso.
O cachorro é um lobo mais manso.
O escuro é a metade da zebra.
As raízes são as veias da seiva.
O camelo é um cavalo sem sede.
Tartaruga por dentro é parede.
O potrinho é o bezerro da égua.
A batalha é o começo da trégua.
Papagaio é um dragão miniatura.
Bactéria num meio é cultura.
(Disponível em http://www.arnaldoantunes.com.br/sec_textos_list.php?page=1&id=212)
domingo, 28 de novembro de 2010
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Arnaldo Antunes
agagueiraquasepalavra
quaseaborta
apalavraquasesilêncio
quasetransborda
osilêncioquaseeco
(In: 2 ou + corpos no mesmo espaço, São Paulo: Perspectiva, 1997).
quaseaborta
apalavraquasesilêncio
quasetransborda
osilêncioquaseeco
(In: 2 ou + corpos no mesmo espaço, São Paulo: Perspectiva, 1997).
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Dia dos Poetas
Pelo fim do automatismo
Pela novidade do olhar
Pelas novas formas de significar
Pelos significados que consigo
Pela imagens nunca antes vistas
Pelos sentidos nunca antes vividos
Pela crítica nunca antes sentida
E por não ficar sozinha
Poetas: é de vocês o meu respeito.
Pela novidade do olhar
Pelas novas formas de significar
Pelos significados que consigo
Pela imagens nunca antes vistas
Pelos sentidos nunca antes vividos
Pela crítica nunca antes sentida
E por não ficar sozinha
Poetas: é de vocês o meu respeito.
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Vicente Huidobro
Arte Poética
Que el verso sea como una llave
Que abra mil puertas.
Una hoja cae; algo pasa volando;
Cuanto miren los ojos creado sea.
Y el alma del oyente quede temblando.
Inventa mundos nuevos y cuida tu palabra;
El adjetivo, cuando no da vida, mata.
Estamos en el ciclo de los nervios.
El músculo cuelga,
Como recuerdo, en los museos;
Mas no por eso teremos menos fuerza:
El vigor verdadero
Reside en la cabeza.
Por qué cantáis la rosa, ¡oh, Poetas!
Hacedla florecer en el poema;
Sólo para nosotros
Viven todas las cosas bajo el Sol.
El Poeta es un pequeño Dios.
(In: Vicente Huidobro - Antopologia Poética. Chile: Zig-Zag, 2003).
Que el verso sea como una llave
Que abra mil puertas.
Una hoja cae; algo pasa volando;
Cuanto miren los ojos creado sea.
Y el alma del oyente quede temblando.
Inventa mundos nuevos y cuida tu palabra;
El adjetivo, cuando no da vida, mata.
Estamos en el ciclo de los nervios.
El músculo cuelga,
Como recuerdo, en los museos;
Mas no por eso teremos menos fuerza:
El vigor verdadero
Reside en la cabeza.
Por qué cantáis la rosa, ¡oh, Poetas!
Hacedla florecer en el poema;
Sólo para nosotros
Viven todas las cosas bajo el Sol.
El Poeta es un pequeño Dios.
(In: Vicente Huidobro - Antopologia Poética. Chile: Zig-Zag, 2003).
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Video: clique!
Eucanaã Ferraz recitando seus poemas, com introdução ao primeiro: Do grande hotel do porto (gaivotas); O não e Setembro
E de novo, uma dessas palmas é minha. Sem dúvida.
http://www4.pucsp.br/revistafronteiraz/download/videos/player2.swf?path=eucana_ferraz.flv
E de novo, uma dessas palmas é minha. Sem dúvida.
http://www4.pucsp.br/revistafronteiraz/download/videos/player2.swf?path=eucana_ferraz.flv
Video: clique
Antonio Cicero e Eucanaã Ferraz recitando Minos.
E uma dessas palmas é minha.
http://www4.pucsp.br/revistafronteiraz/download/videos/player2.swf?path=poetas_eucana_antonio.flv
E uma dessas palmas é minha.
http://www4.pucsp.br/revistafronteiraz/download/videos/player2.swf?path=poetas_eucana_antonio.flv
Indicação de site
Leia a Revista Digital do Programa de Estudos Pós Graduados em Literatura e Crítica Literária da PUC-SP:
http://www4.pucsp.br/revistafronteiraz/
http://www4.pucsp.br/revistafronteiraz/
domingo, 22 de agosto de 2010
A-fago
Já jantei jiló e
de dejejum
jaca
Com você almoço salmão e
só dessert
tiramissu
Que a fome
é outra.
(Ana Amália - 14/06/2010).
de dejejum
jaca
Com você almoço salmão e
só dessert
tiramissu
Que a fome
é outra.
(Ana Amália - 14/06/2010).
domingo, 8 de agosto de 2010
Manoel de Barros
Maria-pelego-preto
Maria-pelego-preto, moça de 18 anos, era abundante de
pelos no pente.
A gente pagava para ver o fenômeno.
A moça cobria o rosto com um lençol branco e deixava
pra fora só o pelego preto que se espalhava quase até pra
cima do umbigo.
Era uma romaria chimite!
Na porta o pai entrevado recebendo as entradas...
Um senhor respeitável disse que aquilo era uma
indignidade e um desrespeito às instituições da família e da
Pátria!
Mas parece que era fome.
(In: Poemas concebidos sem pecado,1937 - Manoel de Barros)
Maria-pelego-preto, moça de 18 anos, era abundante de
pelos no pente.
A gente pagava para ver o fenômeno.
A moça cobria o rosto com um lençol branco e deixava
pra fora só o pelego preto que se espalhava quase até pra
cima do umbigo.
Era uma romaria chimite!
Na porta o pai entrevado recebendo as entradas...
Um senhor respeitável disse que aquilo era uma
indignidade e um desrespeito às instituições da família e da
Pátria!
Mas parece que era fome.
(In: Poemas concebidos sem pecado,1937 - Manoel de Barros)
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Manoel de Barros
"Pela rua deserta atravessa um bêbado comprido
e oscilante
como bambu
assobiando...
Ao longo das calçadas algumas famílias
ainda conversam
velhas passam fum nos dentes, mexericando...
Nhanhá está aborrecida com o neto que foi estudar
no Rio
e voltou de ateu
- Se é pra disaprender, não precisa mais estudar
Pasta um cavalo solto no fim escuro da rua
O rio calmo lá embaixo pisca luzes de lanchas
acordadas
Nhanhá choraminga:
- Tá perdido, diz que negro é igual com branco!"
(In: Poemas concebidos sem pecado,1937 - Manoel de Barros).
e oscilante
como bambu
assobiando...
Ao longo das calçadas algumas famílias
ainda conversam
velhas passam fum nos dentes, mexericando...
Nhanhá está aborrecida com o neto que foi estudar
no Rio
e voltou de ateu
- Se é pra disaprender, não precisa mais estudar
Pasta um cavalo solto no fim escuro da rua
O rio calmo lá embaixo pisca luzes de lanchas
acordadas
Nhanhá choraminga:
- Tá perdido, diz que negro é igual com branco!"
(In: Poemas concebidos sem pecado,1937 - Manoel de Barros).
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Metade cheio
Por trás do teu escuro
te busco
insisto que existe
complexidade humana digna.
Às vezes me assusta
algumas pistas são falsas
e descubro
o escuro
não do profundo
mas do vazio.
Ai que frio.
te busco
insisto que existe
complexidade humana digna.
Às vezes me assusta
algumas pistas são falsas
e descubro
o escuro
não do profundo
mas do vazio.
Ai que frio.
domingo, 27 de junho de 2010
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Hoje Saramago se foi
Educar para a paz
Por Fundação José Saramago
Resulta muito mais fácil educar os povos para a guerra do que para a paz. Para educar no espírito bélico basta apelar aos mais baixos instintos. Educar para a paz implica ensinar a reconhecer o outro, a escutar os seus argumentos, a entender as suas limitações, a negociar com ele, a chegar a acordos. Essa dificuldade explica que os pacifistas nunca contem com a força suficiente para ganhar… as guerras.
“Israel vive às custas do Holocausto”, em Palestina existe!, Madrid, Foca, 2002 [Prólogo e edição de Javier Ortiz] [Entrevista de Javier Ortiz]
Fonte: http://caderno.josesaramago.org/2010/06/03/educar-para-a-paz/
Por Fundação José Saramago
Resulta muito mais fácil educar os povos para a guerra do que para a paz. Para educar no espírito bélico basta apelar aos mais baixos instintos. Educar para a paz implica ensinar a reconhecer o outro, a escutar os seus argumentos, a entender as suas limitações, a negociar com ele, a chegar a acordos. Essa dificuldade explica que os pacifistas nunca contem com a força suficiente para ganhar… as guerras.
“Israel vive às custas do Holocausto”, em Palestina existe!, Madrid, Foca, 2002 [Prólogo e edição de Javier Ortiz] [Entrevista de Javier Ortiz]
Fonte: http://caderno.josesaramago.org/2010/06/03/educar-para-a-paz/
sábado, 5 de junho de 2010
outro meu
Drop lines
When I get older, losing my hair, many years from now
And you are the youngest star in the sky
Will I be missing you
Or will I be asking why
If I drop you the line
And say yes I will marry you
Will my life always shine
Or will it turn blue
You need me to need you
You need me to feed you
When you’re sixty-four
But will I be fed
Or will I regret
opening this door
(Ana Amália - 20/05/2010)
Poema com tema e primeiro verso propostos pela prof. Maria Fachin na disciplina de Creative Writing in English - Letras/PUC-SP
When I get older, losing my hair, many years from now
And you are the youngest star in the sky
Will I be missing you
Or will I be asking why
If I drop you the line
And say yes I will marry you
Will my life always shine
Or will it turn blue
You need me to need you
You need me to feed you
When you’re sixty-four
But will I be fed
Or will I regret
opening this door
(Ana Amália - 20/05/2010)
Poema com tema e primeiro verso propostos pela prof. Maria Fachin na disciplina de Creative Writing in English - Letras/PUC-SP
domingo, 23 de maio de 2010
um meu
Poema para o 3º G
Pensaram poder
pelo menos
parar o tempo
e ficar ali mesmo
lendo poemas
quiseram começar
caber em coisas
coisificadas em versos:
aprendiam poesia.
Lucas se viu com perucas
Duda não teve mais dúvidas:
viu Fernando pedalando
e saiu recitando
um poema que estava dando medo
em João Pedro
“Que esquisitisse”,
pensou Clarice,
ao ver o artista Michel
pintando mesmo sem papel
E então o Felipe
fez uma casa de pau-a-pique
convidou o Eduardo Ferreira
mas ele preferiu uma de madeira
Com um quente cachecol
lá estava Carol
curtindo o maior sol
junto com Valentina
que só queria saber
de jogar serpentina
Já a Fernanda ganhou um panda
do Lucas G
que não quis nem saber
porque é que o Gui
não conseguia parar de rir
E então chegou Luciana
recitando um poema bacana
para o menino Dudu
que estava de cabelo azul!
Foi no meio dessa dança
que a turma sentiu a mudança:
depois que aprenderam poesia
os dias ganharam alegria!
(Ana Amália - 21/05/2010 - brincando de rimar com fins pedagógicos: meus alunos estão tendo contato com poesia pela primeira vez).
Pensaram poder
pelo menos
parar o tempo
e ficar ali mesmo
lendo poemas
quiseram começar
caber em coisas
coisificadas em versos:
aprendiam poesia.
Lucas se viu com perucas
Duda não teve mais dúvidas:
viu Fernando pedalando
e saiu recitando
um poema que estava dando medo
em João Pedro
“Que esquisitisse”,
pensou Clarice,
ao ver o artista Michel
pintando mesmo sem papel
E então o Felipe
fez uma casa de pau-a-pique
convidou o Eduardo Ferreira
mas ele preferiu uma de madeira
Com um quente cachecol
lá estava Carol
curtindo o maior sol
junto com Valentina
que só queria saber
de jogar serpentina
Já a Fernanda ganhou um panda
do Lucas G
que não quis nem saber
porque é que o Gui
não conseguia parar de rir
E então chegou Luciana
recitando um poema bacana
para o menino Dudu
que estava de cabelo azul!
Foi no meio dessa dança
que a turma sentiu a mudança:
depois que aprenderam poesia
os dias ganharam alegria!
(Ana Amália - 21/05/2010 - brincando de rimar com fins pedagógicos: meus alunos estão tendo contato com poesia pela primeira vez).
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Pablo Neruda
LIX
Por qué no nací misterioso?
Por qué crecí sin compañía?
Quién me mandó desvencijar
las puertas de mi propio orgullo?
Y quién salió a vivir por mí
cuando dormía o enfermaba?
Qué bandera se desplegó
allí donde no me olvidaron?
(In: Libro de las preguntas).
Por qué no nací misterioso?
Por qué crecí sin compañía?
Quién me mandó desvencijar
las puertas de mi propio orgullo?
Y quién salió a vivir por mí
cuando dormía o enfermaba?
Qué bandera se desplegó
allí donde no me olvidaron?
(In: Libro de las preguntas).
sábado, 8 de maio de 2010
Frederico Barbosa
Avenida Brasil, SP
flor de farol
colhida às pressas
entre o tédio maquinal da marcha lenta
sinal
de diferença
em meio à indiferença metálica
desses corpos impessoais
na agonia
da imobilidade densa
semáforo
signo insano
ensaio de abalo sísmico
lente de aumento
no amor e na impaciência
(Do livro Rarefato).
flor de farol
colhida às pressas
entre o tédio maquinal da marcha lenta
sinal
de diferença
em meio à indiferença metálica
desses corpos impessoais
na agonia
da imobilidade densa
semáforo
signo insano
ensaio de abalo sísmico
lente de aumento
no amor e na impaciência
(Do livro Rarefato).
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Alice Ruiz
minha voz
não chega aos teus ouvidos
meu silêncio
não toca teus sentidos
sinto muito
mas isso é tudo que sinto
(Do livro PELOS PÊLOS, 1984)
não chega aos teus ouvidos
meu silêncio
não toca teus sentidos
sinto muito
mas isso é tudo que sinto
(Do livro PELOS PÊLOS, 1984)
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Eucanaã Ferraz
Mais doce
Confesso: não pude desamar de ti.
Tornei-me, então, tua mãe.
Afinal, não serias o meu homem,
eu sabia. Não vacilei, e dedico-me
à condição mais intestina,
mais doce – a de quem cozinha,
cose, espera, cala, tece,
aconselha, espera, vela
(mesmo que não, é como se fosse),
à condição de quem vê passar
o tempo no cabelo, nos gestos,
nas histórias, nos amigos, nos dentes
do seu pequeno príncipe, do seu dolorido,
do seu príncipe feliz.
Porque não me querias como homem,
porque não poderia ser teu pai,
restou-me não ser menos que este amor
que segue ao teu lado
mesmo quando é tão distante teu caminho,
teu silêncio, teu passo rápido, teu sonho.
Choro,
que o destino das mães é sempre triste.
Porque é triste não poder ser
a mulher do seu menino.
(Eucanaã Ferraz)
in Rua do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
in Rua do mundo. Vila Nova de Famalicão: Quasi Edições, 2007.
Confesso: não pude desamar de ti.
Tornei-me, então, tua mãe.
Afinal, não serias o meu homem,
eu sabia. Não vacilei, e dedico-me
à condição mais intestina,
mais doce – a de quem cozinha,
cose, espera, cala, tece,
aconselha, espera, vela
(mesmo que não, é como se fosse),
à condição de quem vê passar
o tempo no cabelo, nos gestos,
nas histórias, nos amigos, nos dentes
do seu pequeno príncipe, do seu dolorido,
do seu príncipe feliz.
Porque não me querias como homem,
porque não poderia ser teu pai,
restou-me não ser menos que este amor
que segue ao teu lado
mesmo quando é tão distante teu caminho,
teu silêncio, teu passo rápido, teu sonho.
Choro,
que o destino das mães é sempre triste.
Porque é triste não poder ser
a mulher do seu menino.
(Eucanaã Ferraz)
in Rua do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
in Rua do mundo. Vila Nova de Famalicão: Quasi Edições, 2007.
sábado, 24 de abril de 2010
Um pouco de poesia latina para nós: Mario Benedetti
ES TAN POCO
Lo que conoces
es tan poco
lo que conoces
de mí
lo que conoces
son mis nubes
son mis silencios
son mis gestos
lo que conoces
es la tristeza
de mi casa vista de afuera
son los postigos de mi tristeza
el llamador de mi tristeza.
Pero no sabes
nada
a lo sumo
piensas a veces
que es tan poco
lo que conozco
de ti
lo que conozco
o sea tus nubes
o tus silencios
o tus gestos
lo que conozco
es la tristeza
de tu casa vista de afuera
son los postigos de tu tristeza
el llamador de tu tristeza.
Pero no llamas.
Pero no llamo.
______________________________________________________________
Táctica y estrategia
Mi táctica es
mirarte
aprender como sos
quererte como sos
mi táctica es
hablarte
y escucharte
construir con palabras
un puente indestructible
mi táctica es
quedarme en tu recuerdo
no sé cómo ni sé
con qué pretexto
pero quedarme en vos
mi táctica es
ser franco
y saber que sos franca
y que no nos vendamos
simulacros
para que entre los dos
no haya telón
ni abismos
mi estrategia es
en cambio
más profunda y más
simple
mi estrategia es
que un día cualquiera
no sé cómo ni sé
con qué pretexto
por fin me necesites.
__________________________________________________________
No te salves
No te quedes inmóvil
al borde del camino
no congeles el júbilo
no quieras con desgana
no te salves ahora
ni nunca
no te salves
no te llenes de calma
no reserves del mundo
sólo un rincón tranquilo
no dejes caer los párpados
pesados como juicios
no te quedes sin labios
no te duermas sin sueño
no te pienses sin sangre
no te juzgues sin tiempo
pero si
pese a todo
no puedes evitarlo
y congelas el júbilo
y quieres con desgana
y te salvas ahora
y te llenas de calma
y reservas del mundo
sólo un rincón tranquilo
y dejas caer los párpados
pesados como juicios
y te secas sin labios
y te duermes sin sueño
y te piensas sin sangre
y te juzgas sin tiempo
y te quedas inmóvil
al borde del camino
y te salvas
entonces
no te quedes conmigo.
________________________________________________________
Os três poemas são do uruguaio Mario Benedetti, selecionados por mim hoje de manhã, no café da manhã.
Lo que conoces
es tan poco
lo que conoces
de mí
lo que conoces
son mis nubes
son mis silencios
son mis gestos
lo que conoces
es la tristeza
de mi casa vista de afuera
son los postigos de mi tristeza
el llamador de mi tristeza.
Pero no sabes
nada
a lo sumo
piensas a veces
que es tan poco
lo que conozco
de ti
lo que conozco
o sea tus nubes
o tus silencios
o tus gestos
lo que conozco
es la tristeza
de tu casa vista de afuera
son los postigos de tu tristeza
el llamador de tu tristeza.
Pero no llamas.
Pero no llamo.
______________________________________________________________
Táctica y estrategia
Mi táctica es
mirarte
aprender como sos
quererte como sos
mi táctica es
hablarte
y escucharte
construir con palabras
un puente indestructible
mi táctica es
quedarme en tu recuerdo
no sé cómo ni sé
con qué pretexto
pero quedarme en vos
mi táctica es
ser franco
y saber que sos franca
y que no nos vendamos
simulacros
para que entre los dos
no haya telón
ni abismos
mi estrategia es
en cambio
más profunda y más
simple
mi estrategia es
que un día cualquiera
no sé cómo ni sé
con qué pretexto
por fin me necesites.
__________________________________________________________
No te salves
No te quedes inmóvil
al borde del camino
no congeles el júbilo
no quieras con desgana
no te salves ahora
ni nunca
no te salves
no te llenes de calma
no reserves del mundo
sólo un rincón tranquilo
no dejes caer los párpados
pesados como juicios
no te quedes sin labios
no te duermas sin sueño
no te pienses sin sangre
no te juzgues sin tiempo
pero si
pese a todo
no puedes evitarlo
y congelas el júbilo
y quieres con desgana
y te salvas ahora
y te llenas de calma
y reservas del mundo
sólo un rincón tranquilo
y dejas caer los párpados
pesados como juicios
y te secas sin labios
y te duermes sin sueño
y te piensas sin sangre
y te juzgas sin tiempo
y te quedas inmóvil
al borde del camino
y te salvas
entonces
no te quedes conmigo.
________________________________________________________
Os três poemas são do uruguaio Mario Benedetti, selecionados por mim hoje de manhã, no café da manhã.
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Momento histórico
Hi, Ana Amalia Alves.
PenguinBooksUK (PenguinBooks) is now following your tweets on Twitter.
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63772 followers
939 tweets
following 65492 people
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Hi, Ana Amalia Alves.
Yoko Ono (yokoono) is now following your tweets on Twitter.
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terça-feira, 13 de abril de 2010
Profissão de fé
Não gosto de associar a ideia de luta com a de poesia, porque não gosto de violência. Mas quando falo em Militância Poética proponho aqui, com vocês, uma luta para o fim das lutas, uma luta pelo imaginário, pelo simbólico, e pelo prazer.
Um compartilhamento social da subjetividade.
É por isso que eu luto, e milito.
Que as palavras tenham a força de tocar naquilo que nos faz a todos humanos.
Para quem tem interesse em me ler, e dialogar comigo, meu muito obrigada.
E sejam bem vindos.
Um compartilhamento social da subjetividade.
É por isso que eu luto, e milito.
Que as palavras tenham a força de tocar naquilo que nos faz a todos humanos.
Para quem tem interesse em me ler, e dialogar comigo, meu muito obrigada.
E sejam bem vindos.
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